25 julho 2008

O Porqe - O Bando

Antõe Silvino...

Lampião...

Num mundo em qi a permanência da tua vida dependia dos calundu do coroné; em qi a justiça esperava no fim di ua fila interminave, qi era sempre furada por orde d'algum "padrim"; em qi o cabôco só podia escolheh entre morreh rezano ô morreh atirano; nesse mundo em qi a lei circulava entre um piqeno grupo, o clavinote di vocêis gritô: "Qem é qi é a Lei, aqi?"

E, por isso, vocêis fôru perseguido, nun tivéru sossego. Era preciso qi seu clavinote, a cada instante, assegurasse a lei da sua sobrevivência.

Oje...

Num mundo em qi a permanência da tua vida depende, primeramente, dos calundu da riqeza qi o ome cria e nun le pertence e, segundamente, dos calundu dos coroné; em qi a justiça espera no fim di ua fila interminave, qi é sempre furada por orde d'algum adivogado bem pago (por qem pode pagah, claro); em qi há, pro cabôco, várias opição difice di enumerah, maz qi nun são tão mais díguina qi as citada antes; nesse mundo em qi reina a lei do mercado, a gente naceu.

A gente é bem di vida, nun precisa assegurah a sobrevivência cum ato "ilícito". Maz tem otras sobrevivência qi nun tão seno assegurada. E os dono dessas vida qi se pérdi, quaz ninhum deles tem conciência do verdadêro porqe di suas morte.

Maz a gente é conciente desse porqe. Por isso, mermo qi a gente teja errado, si a gente acredita qi conhece o motivo das morte, a gente tem a obrigação moral di combateh ele e assegurah aqelas sobrevivência. Mermo qi, pra isso, - "tlic" - a gente tenha qi assegurah o fim di otras sobrevivência.


10 junho 2008

Tratado sobre a IguinorânCIA dos ome e a INguinoranÇA dos Ome¹.

Iguinorância é um termo pôco usado por nóis pindoramense (brasilêro) não tão metido a besta. A gente costuma falah burrice, jeguice, jumentice e otras "equinice". Maz, no presente "tratado", vamo dah férias pros nossos qerido irmão qi tanto já nos servíru di mei di transporte, parcêro di viage, confidente, modelo di caráteh ô comportamento, ô mermo di amásia, pr'alguns. Vamo usah o termo iguinorância pa relacionah essa qualidade, tão própia e qerida da raça umana, à sua parenta, a inguinorança.

Sei bem qi esses termo não se encôntru nos dicionário ô nas gramática, nem mermo no maioh dicionário e na maioh gramática qi são as boca di nosso povo trabaiadoh e/ô malando. Adimito qi fui eu qem estipulô essa diferença entre esses termo.

Iguinorância seria a falta di cõicimento di algua coisa. Inguinorança seria um ato ô ua disposição di caráteh repleta di rudeza, grosseria, seria o mau trato pra com os demais indivíduo, enfim.

Apesah do qi muita gente diz, a iguinorância não supõe a inguinorança. Quantas vez a gente nun é bem tratado por muitos sinhô e sinhora qi nunca tivéru oportunidade di estudah? E quantas ôta a gente nun foi oiado di cima pra baxo, pisado e umilhado por neguim com anel di dotô?

Além do mais, o cõicimento não é adiqirido somente na sala di aula, e muitas vez a gente pode tah na verdade desaprendeno certas coisa nas instituição di ensino. Por exemplo, o amoh, a paciência, o sentimento di coletividade, a memória dos gesto simples da vida, nossas tradição... Quantas pessoa nun pérdi ô dêxu di ganhah esses cõicimento se encafuano nas escola, nos cento teqinológico, nos cursim, nas facudade...? E quanta gente simples não nos dá uas lição complicada dos fenômeno natural di sua localidade, di certas propiedade da flora e da fauna, di certos aspéqito das relação umana...?

Bom, estabelecida a diferença entre Iguinorância e Inguinorança e dadas certas consideração quanto às duas, vamo entrah no exato assunto sobre o qual esse texto se propõe tratah: os Ome. Talvez essa não seja ua denominação nacional, maz em minha Horizonte(-CE), em qi vivo, amo, desamo, rio e choro, todo mundo ô quaz todo mundo sabe a qem se alude quando se fala, por exemplo, “Ó os Ome!”: a Polícia. Boto o “o” maiúsculo pa diferenciah mais claramente dos ome comum e tumém pa representah o fato di qi os dito cujo têm um istátus mais elevado com relação aos demais ome armado. Aqilo di qi pretendo tratah exatamente é isso: di qi forma se relaciônu a iguinorância dos ome em geral, armado ô não, e a inguinorança dos Ome.

É óbvio qi nem todo policial é inguinorante; eu mermo já vi vários exemplo di policial qi são uns verdadêro modelo di respeito e consideração pra com o transeunte qi porventura le cruze o camim. Maz há ua grande parcela – penso eu qi a maioria – qi usa e abusa do pudeh qi le é conferido, às vez mermo o pudeh di fogo. Você, leitora ô leitoh, si nun vive encafuad@ num condomim ô em otro(s) lugah afastado da nossa vida di morte, deve já teh presenciado um desses abuso. E a situação piora quando o indivíduo é criminoso, ô mermo apenas suspeito di um crime. O criminoso não costuma recebeh bom tratamento nem mermo daqeles policial qi eu citei antes cuma “modelo di respeito e consideração”. Provavemente, você diz com você merm@: “Maz o policial né pra tratah mal mermo o bandido, não?! Este nun deve pagah pero qi fez?”. É aqi, meu leitoh, minha leitora, qi entra a tão rejeitada e tão qerida iguinorância.

Todo mundo é iguinorante, e muito! Pois, si a gente conhece um bocado di coisa, sempre acaba descõiceno otras infinita. A gente desconhece, por exemplo, muitas vez, si o acusado dum crime realmente cometeu ele; otras vez, a gente desconhece os motivo qi fizéru essa pessoa cometeh esse crime; o qi mais a gente costuma descõiceh é o contexto em qi ocorreu o crime, a istória do criminoso, da vítima, o complexo dos fatoh qi agíru no momento.

Com isso, qero eu dizeh qi ninguém deve seh preso inté qi se tenha cõicimento di tod’essas coisa? Não. Talvez eu devesse qereh dizeh isso, maz não. O qi eu qero dizeh é qi muitas injustiça são cometida em nome da “Justiça”.

A gente sabe – pois a gente não é iguinorante por completo – qi muitos pobe indivíduo, talvez mermo você, qi me lê agora, trabáiu em ua dessas firma, qi tanta gente diz qi fázi parte do “progresso” di nossa cidade, di nosso estado, di nosso país. Muitos desses indivíduo têm seus fi e suas fia, maz não têm tanto tempo pa cuidah da educação nem da saúde deles. Às vez, nun conségui nem mermo arranjah dinhêro suficiente pa sustentah a familha. Entãuce, pra ajudah na renda, os própio fi têm di trabaiah deis di cedo, às vez impedino qi eles estúdi di forma proveitosa, ô mermo não permitino qi vão prà escola di forma algua. Além disso, a gente sabe qi o lazeh mais acessive pra pobe tá na tevê e no radjo. E nossas criança, qi nun fázi idéa do qi se deve ô não fazeh no mundo, ao invéis di aprendêri a respeitah os ôtro, a se esforçah pra conseguih viveh sem destruih a vida alêa, entre otras lição útil à não-volência tão aclamada, tão assistino todo dia: os programa policial violentíssimo qi pássu na ora do almoço; as centena di propaganda qi le fázi sempre qereh mais e mais comprah, consumih, teh dinhêro; os programa di auditório, os jogo, onde a lei qi domina é a da competição, di só se importah em venceh, às vez podeno mermo mentih pra tanto, e seh indiferente à derrota do ôtro; as novela, os filme e os desém em qi a sociedade do consumo é exaltada, onde os personage possúhi muitos obijeto qi pôcos têm condição di comprah, e onde se aprende a acreditah qi a pessoa é mais legal, mais atualizada, mais importante pero fato di possuih determinado obijeto di consumo.

Recebeno essa educação, entre muitas otras coisa imunda qi nossas criança infelizmente costúmu presenciah, cuma é qi no futuro a gente vai podeh exigih delas qi elas sêju “cidadão di bem”? Você deve sabeh qi todo adolecente um dia foi criança. A gente deve se espantah ao veh um jove matah ua pessoa pra le robah os tênis, sabeno qi provavemente esse jove recebeu a educação qi mostrei ô pioh? Será qi esse jove aprendeu o valoh dua vida umana? Muitas pessoa, principalmente aqelas cõicedora do pensamento indiano, valorízu bastante a vida dos animal não-umano, seno elas muitas vez vegetariano. Já muitas ôtra – a maioria – pensa mermo qi os animal nacêru pra nos servih, seja cuma alimento, rôpa, tapete ô o djabaquato. Depende da forma cuma a gente é educado. Não é tão espantoso, portanto, qi ua pessoa ache qi certas pessoa dévi morreh pra qi ela merma possua algo di bom na vida. Afinal, a gente vive num mundo “competitivo”, cuma nos ensínu os programa di tevê.

Maz, entãuce, qeh dizeh qi os Ome dévi dexah esses ome ladrão, assassino tudo livre per aí, porqe eles não têm cupa di têri recebido ua má educação? Não, não penso assim. Maz penso qi um indivíduo pobe, qi já deve teh apanhado muito, qi muitas vez roba pa matah a fome ô pa comprah algo qi aprendeu seh essencial prà sua vida, cuma um tênis da moda, penso qi tal jove não vai virah um trabaiadoh pero fato di recebeh chute, murro e, às vez, tiro dos policial. Além do mais, si ele, por um acaso, risuveh abandonah o crime e trabaiah, será qi vai teh emprego garantido pra ele?

Nóis sabemo, nóis não tão iguinorante, qi o desemprego no Brasil é enorme. E conseguih emprego é inda mais difice quando se tem passage pera polícia – e, às vez, peros programa policial, onde muito acusado talvez inocente tem sua image abissurdamente abusada. Num mundo em qi mal se confia na própia mãe, poqíssima gente aceita dah emprego prum ex-presidiário. Cuma esse indivíduo vai viveh, entãuce? Ora, robano! Inté porqe já tem experiência.

Muitos vão dizeh qizeh qi qem nun tem deve pedih, em vez di robah. Maz muitos ôtro, ô talvez os mermo qi dízi isso, ao veh um mendigo, já dízi automaticamente “Perdoe!” e, dispois, pra um amigo ô parente, “Um caba desse, novo, co corpo bonzim, em vez di trabaiah, vem aqi me encheh o saco, qereno viveh à custa dos ôtro!”. Isso, quando não simplesmente trátu o pedinte com inguinorança. E a gente deve lembrah qi nossos jove não são educado qi, em vez di robah, se deve pedih. Devemo lembrah isso. Aliáis, muitas vez, a gente não é iguinorante, maz apenas esqecido. A tevê, os jornal, qi a gente lê e assiste tanto, eles não costúmu dexah essas coisa tão clara em nossas mente.

Maz, voltano ao tema central desse “tratado”, faço a seguinte concessão: qi os Ome póssu prendeh à vontade os criminoso, deis di qi sua cupa seja provada. Maz não siguinifica qi acho essa situação o Paraíso na Terra.

A gente aprende, pero costume di assistih tevê, di leh os grande jornal, uvih as grande radjo, assistih os grande filme, a gente aprende qi nossa sociedade é perfeitamente natural, é a sociedade qi nos permite seh livre; a gente aprende tumém qi todo esse mal qi assola as nossas vida é devido à maldade di certos indivíduo, ô à ação do demõe, ô a falta di crença em deus, ô à desobediência às lei... No entanto, a gente precisa lembrah qi nossa sociedade é a sociedade do consumo, da produção industrial, da propaganda, da livre concorrência entre as empresa. Não pretendo dah aula di marxismo, inté porqe não sô tão cõicedoh da teoria di Karl Marx, maz é fácil percebeh qi é a própia estrutura di nossa sociedade qi gera as desgraça qi destróhi a umanidade.

As empresa, pa dári lucro pros seus dono e garantíri sucesso em mei à grande concorrência precísu qi as pessoa síntu necessidade real di seus produto. Daí nace a propaganda, qi não serve só pra anunciah o produto, maz tumém pra educah os indivíduo a qerêri sempre teh mais e aceitári o tipo di economia vigente².

Pra venceh as empresa concorrente, ua empresa precisa tanto ganhah muito quanto gastah pôco. Daí, muitas vez, demite os peão, exigino deles qi fáçu ora-extra pa produzih mais e têri menos chance di seh botado pa fora; essas ora-extra fázi qi os peão tênhu inda menos tempo pràs suas fia e seus fi.

Ocorre muito tumém di as empresa subistiuíri os empregado peras máqina, qi fázi o trabai mais rápido, diminúhi o gasto com salário, sem contah qi elas não fázi greve. E o operário inda costuma achah bom o uso das máqina, pois elas facilítu o trabai. Maz é preciso qi ele saiba qi, enquanto muitos têm seu trabai facilitado, muitos ôto acábu por perdeh seus trabai, ficano sem sustento, devido à introdução crecente das máqina na indústria.

Bom, entãuce, vemo qi nossa sociedade faz qi a gente se acostume a comprah, a desejah, a classificah as pessoa pero qi elas têm, a butah nossa felicidade nos belo produto qi vemo na tevê e, ao mermo tempo, faz qi, devido à grande competição, cada vez menas pessoa tênhu condição di comprah, di teh, di seh feliz. Qi nem diz Roger Waters, na muzga “Your Possible Pasts”, do Pink Floyd: “Shown how to feel good and told to feel bad”. Nos móstru cuma se sentih bem e nos dízi pa se sentih mal².

Portanto, apesah d’a gente teh di aceitah qi gente seja presa e qi tod’essas coisa muitas vez injusta sêju praticada, aceitano isso pra qi a gente possua um mínimo di segurança, a gente nun pode aceitah esse nosso modelo di sociedade. O capitalismo e sua face mais cruel, qi é o neoliberalismo, fortalecido com a qeda da união Soviética, nun vão jamais permitih qi a gente viva em paz real.

Bom, eu inda qero dizeh muita coisa, maz já escrevi dimais e acho qi já disse algo di importante pra qi a gente diminua nossa iguinorância e condene certas inguinorança. Qeria eu falah sobre Cuba, Bolívia, Venezuela e muita mentira qi quaz sempre é falada sobre esses país e otros; sobre os EUA, nossas grande rede di tevê, nossos jornal e seus interesse cruel; sobre os cangacêro e as volante do passado di nosso sertão e da semelhança entre os conflito destes e o conflito atual entre os bandido e os policial³. Maz espero qi o qi já escrevi tenha já feito você pensah sobre o qi tem visto, uvido, falado, sentido, pensado.

Peço descupa a qualqeh um qi eu tenha ofendido, qi tenha se sentido injustiçado; les digo qi não qero condenah ninguém, apenas tentah fazeh qi muitos múdi di idéa. Espero não veh mais, pero meno não com tanta frequência, o povo bateno palma pros policial qi espâncu os acusado, cupado ô inocente, nem qualqeh otro desses acontecimento triste qi aqi relatei, di forma boa ô má. Encerro com ua letra di João Bosco, “O Ronco da Cuíca”, porqe se liga ao diretamante ao título desse texto e, além disso, é autenticamente nacional, o qi me abissolve di teh inserido aqela otra letra inglesa. Espero qi ocê interprete essa letra cuma eu interpreto ela, lembrano qi o samba foi muito associado aos “marginal”, seno muzga di preto e mestiço, qi sempre fôru os mais perseguido peros Ome.

“Roncô, roncô. Roncô di raiva a cuíca; roncô di fome. Alguém mandô, mandô parah a cuíca; é coisa dos Ome!”

Axé.


1-Este “tratado” é a simples expressão da minha opinião, sem ninhua grande pretensão acadêmica. Se destina a qualqeh internauta, portanto é um texto bem simples – às vez, pode seh considerado ridículo na forma, maz os qi o achári ridículo no conteúdo convido a argumentári com sua opinião.

2-Penso aqi nas propaganda do tipo “Compre tal carro e salve o planeta!”, cuma si o ato di consumih fosse algo eróico e necessário ao bem da umanidade e di todo o mundo.

3-Não qero aconselhah ninguém a aprendeh inglêis, nem uvih rock. Aprenda iorubá, tupi, qicongo, sânscrito... Escute maracatu, choro, samba, baião, balancei, muzga árabe, indiana... Só usei a letra do Waters porqe caiu bem!

4-Maz você pode fazeh essa pesqisa por conta própia. Pesqise sobre Cabeleira, Antônio Silvino, Zé Baiano, Lampião, Maria Bonita, Corisco, Dadá, entre otros.

ESSE “TRATADO” NÃO POSSUI UA BIBLIOGRAFIA. PERO MENO, NÃO UA BIBLIOGRAFIA CONSUTADA, PARAFRASEADA Ô CITADA. AS ÚNICA CITAÇÃO FÔRU AS DUAS LETRA DI MUZGA REFERIDA, E AS ÚNICA CONSUTA QI FIZ FÔRU À MINHA MEMÓRIA (QI NEM É TÃO BOA...). NÃO SÔ ACADEMICISTA E SÔ MUITO PREGUIÇOSO – NÃO QI UA COISA LEVE À OTRA, MAZ É QI EU SÔ ASSIM. DI QUALQEH FORMA, INFORMO O QI VOCÊIS JÁ DÉVI TEH PERCEBIDO: NADA Ô QUAZ NADA AQI EXPOSTO É ORIGINAL – SÓ TALVEZ O JOGO DI PALAVRA DO TÍTULO. DECLARO, ENTÃUCE, TEH USADO AQI O CÕICIMENTO ELABORADO Ô REHELABORADO POR: KARL MARX, PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO, MARIA LÚCIA DE ARRUDA ARANHA, MARIA HELENA PIRES MARTINS, ENTRE OTROS TEÓRICO ACADÊMICO (NADA DI FOUCAULT!); JORGE AMADO, O OUTRO LADO DA COISA (FINADO GRUPO MUSICAL E TEATRAL CEARENSE – TEM COMUNIDADE NO ORKUT), ENTRE OTROS TEÓRICO NÃO-ACADÊMICO; BRASIL DE FATO, A VERDADE, ENTRE OTROS JORNAL Ô PERIÓDICO DI ESQERDA; A CUTURA DI MEU POVO, A QI, COM CERTA DIFICUDADE, CONSIGO TEH ACESSO, CATANO ELA EM MEI À CUTURA “GLOBAL”. ESSAS SÃO AS MINHA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA, SENO QI A PARTE ALIENÍGENA, DA CUTURA DAS POTÊNCIA EXPLORADORA, FOI DEVIDAMENTE FILTRADA ANTROPOFAGICAMENTE, POR MEU EU PINDORAMENSE (EM PROCESSO DI FORMAÇÃO), CHAMADO SINHÔ PCA. AXÉ.

04 junho 2008

dos coroné

Horizonte...
é o Monte-
Mó Véi!
- é inferno dos coroné!
aldeamento Paiacu.
- é inferno dos coroné!
é um qilombo em apartaide!
- é inferno dos coroné!
anda conforme os calundu
- o inferno dos coroné!
di Suas Latifundidade.
- o inferno dos coroné!
si você é bom plantadoh
e si aqi tem solo fecundo,
nun se iluda, sonhadoh,
pois lá te fode o latifundjo!
qi as Qeimada já tem dono.
- qem manda aqi é coroné!
e as Pedêra nem é nossa.
- qem manda aqi é coroné!

justiça dorme eterno sono.
fazeh o bem n'tem qem possa
- logo ome-di-bota acossa!
e eu le digo por qe é!
é qi o djacho desse Horizonte
- é inferno dos coroné!

veja o time di futibol.
- qem manda aqi é coroné!
sustentado peros imposto.
- qem manda aqi é coroné!
e veja o Pisa na Fulô.
- qem manda aqi é coroné!
e veja o Cento Cutural.
- qem manda aqi é coroné!
e a Câmara Municipal.
- qem manda aqi é coroné!
e o Concurso Beleza Nêga.
- qem manda aqi é coroné!
e veja as radjo e o jornal.
- qem manda aqi é coroné!
e o curso pré-vestibulah.
- qem manda aqi é coroné!
veja os estágio, bolsa-auxilho.
- qem manda aqi é coroné!
e as farmácia e os transporte.
- qem manda aqi é coroné!
inté as cantoria nossa!
- qem manda aqi é coroné!
inté nosso Mercafolia!
- qem manda aqi é coroné!
e os coroné...
qi são gente religiosa,
muito santa e fiel,
tão no terrêro se banhano;
vão na Missa orah pros céu,
pa ganhah voto desse povo
qi crê no Papai Noel...
ganhah voto desse povo
qi acredita em coronel...

03 junho 2008

abrino o blog! abrino a gira!

LARÔIEH!
saravá sinhô pca!
saravá paiacu!
carão.